sábado, 12 de fevereiro de 2011

Caso Eloá é exemplo de lentidão da Justiça


O Tribunal de Justiça de São Paulo marcou para o próximo dia 11 de Março nova audiência de instrução do Caso Eloá.
Para quem não se lembra, é episódio da adolescente mantida refém pelo namorado e morta com dois tiros, no momento em que a Polícia invadiu seu apartamento, em Outubro de 2008, em Santo André.
É mais um exemplo da lentidão da Justiça no Brasil, quase tão chocante quanto o próprio crime, pois o processo praticamente retorna ao seu início, quase três anos depois.
Esse fato, aliás, impressionou-me bastante, à época, não só pela violência do crime, mas pela atuação da Imprensa e da Polícia.
A Imprensa, pelo fantástico show da morte que proporcionou, cobrindo, ao vivo e em rede nacional, todo o dilaceramento do corpo da garota. Literalmente.
Depois da morte cerebral de Eloá Cristina, não bastou à mídia acompanhar os personagens envolvidos no episódio, como o sequestrador, as vítimas e os policiais.
As equipes de TV, em nervosos comboios, passaram a seguir pelas ruas da cidade as sacolas térmicas com os órgãos retirados de seu corpo para doação.
Repórteres, cinegrafistas e fotógrafos acompanharam o transporte do coração,  pâncreas e rins, de Santo André até o Hospital Beneficência Portuguesa.
Um segundo grupo correu atrás dos pulmões, levados para o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.
Enquanto isso, outro corre-corre para não perder de vista o fígado e as córneas, no trajeto até a Santa Casa de Misericórdia.
Quanto à Polícia, me surpreendeu por duas trapalhadas. A primeira, devolver ao bandido uma refém que ele já havia liberado.
A segunda, sua precisão cirúrgica: em pouco mais de um minuto, nossa "Swat" conseguiu arrombar a porta, invadir o apartamento e retirar de lá o sequestrador, são e salvo, sem um arranhão.

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