sexta-feira, 24 de junho de 2011

Por que pedofilia é cada vez mais frequente?


Pedofilia é um tema difícil. Muitos acham que não correm risco de acontecer em seu círculo de relacionamentos.
A pedofilia é um desvio de sexualidade que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído de modo compulsivo por crianças e adolescentes. É considerada uma forma de violência sexual.
É importante entender que o pedófilo é um doente e está em todas as classes sociais. Na maioria dos casos o abusador conhece a criança e a família, ou outras vezes pode estar no poder de cuidar, medicar, levar para passear, ensinar, catequizar...
Por isso, há uma necessidade efetiva de atenção. Crianças abusadas sexualmente poderão ter sequelas quando adultas, com problemas sérios de comportamento, dificuldades em estabelecer vínculos de confiança, relações estáveis, podendo se transformar em adultos abusadores, ou até se voltarem para a prostituição.

Mas por que nos dias de atuais ficou tão recorrente e intenso os casos de pedofilia?

A pedofilia sempre existiu. Mas nas últimas duas décadas, e mais ainda nos últimos anos, impressiona ver quase todo dia na mídia um escândalo sobre o assunto. Fora os casos que chegam em escolas, creches, consultórios e postos de saúde.

O que motiva os adultos de hoje a sentirem toda essa atração sexual por crianças?

Temos vários fatores pra pensar e analisar.
Um deles é que o tema sexualidade hoje é muito falado, pensado e divulgado com uma frequência muito maior. Isso banaliza a sexualidade. É como se tudo fosse normal, e essa ‘pseudoliberdade’ em falar ou agir no sentido de sexualidade, pode trazer menos dificuldades ou temores de ir em busca de satisfazer alguns impulsos.
Todas as pessoas têm impulsos, seja o desejo de comer, de matar, de trair, ou de uma fantasia sexual. Mas o que desenvolvemos numa psique (mente) equilibrada é o reconhecimento de normas morais e sociais que nos fazem em muitas situações ter um determinado desejo, mas isso não significa que seja preciso concretizá-lo.
Hoje muitos acham que podem tudo ou até que devem sempre satisfazer seus desejos. Isso é estimulado nas muitas mensagens publicitárias – declarada ou subliminarmente. E para pessoas que tenham uma baixa ou fraca estrutura moral esse impulso ou desejo gera ação com muito mais facilidade.
Estudos sobre abuso sexual apontam que jovens que foram abusados, se não forem psicologicamente assistidos, inclusive com apoio familiar, podem se tornar adultos abusadores. É claro que isso não é uma ordem direta, se foi, então será, mas com frequência encontramos essa relação.
Outro aspecto que muito me chama atenção é de mães que foram abusadas sexualmente e parecem estar ‘menos atentas aos perigos’, como se não valorizassem ou se importassem, pois elas ‘sobreviveram’ à situação. Outras podem até considerar que ‘isso sempre acontece’. Ou seja, um conformismo na posição de vítima, como se isso fosse um 'destino'.
Para muitos, essa mãe pode ser conivente com o abuso, mas em geral encontramos uma pessoa frágil, que foi enfraquecida, pois não teve como reagir ou reagiu e não foi ouvida, protegida ou defendida.
Outro fator está ligado às facilidades do mundo moderno, em especial ao acesso à Internet. Não podemos colocar a Internet como vilã da história, mas entender que o mal uso dessa ferramenta pode ser um facilitador. A Internet não cria pedófilos.
Mas nunca na história da humanidade havia existido um meio de acesso a tantos aspectos como pornografia infantil e juvenil. Infelizmente, o mal uso desse recurso acaba sendo um estimulante a mais àqueles que já trazem esse desejo.
Os sites de relacionamento – tipo msn, orkut, entre outros, onde crianças e adolescentes expõem suas rotinas acabam sendo utilizados por essas pessoas.
Existe falta de orientação por parte dos pais. É preciso conversar com os filhos sobre o que deve ser evitado e explicar os motivos reais. Só dizer que é perigoso é visto pelos filhos como caretice. É preciso falar de sexualidade, e do que é abuso. Só assim abriremos caminho para que eles possam denunciar.
É importante ensinar aos filhos que os scraps – mensagens recebidas em orkut - devem ser apagadas após serem lidas, para que outras pessoas não tenham acesso ao conteúdo e rotinas da garotada.
Além do comportamento pedófilo, existe também o caráter psicopático, de quem premedita, investiga rotinas, desejos, oportunidades e seduz. Esse tipo faz com que a vítima se sinta culpada, ou age com muitas coerções sobre ela. Por isso, independente da situação que for, os filhos precisam ser orientados e, principalmente, as mães devem estar próximas e atentas ao discurso e comportamentos dessas crianças e adolescentes.
Precisamos estar atentos a um grupo de comportamentos (e não somente um isolado) que podem indicar que algo está acontecendo, como por exemplo:


Será que meu filho está sendo vítima de pedofila?

- Alterações bruscas no comportamento, no apetite ou no sono;
- Desejo repentino da criança em se manter isolada, evitando contato com amiguinhos e familiares;
- Criança ou adolescente começa a ganhar presentes diferentes sem que haja uma data ou motivo para tanto;
- A criança se mostra agitada, muito incomodada e perturbada quando há possibilidade de ficar no mesmo local com uma determinada pessoa;
- Medo desproporcional frente à necessidade de um exame físico;
- Começar a achar que tem o corpo sujo ou contaminado;
- Interesse excessivo ou evitação no contato com seus genitais;
- Rebeldia, agressividade excessiva;
- Podendo chegar a comportamento suicida ou de automutilação.

Prevenção é o melhor caminho

Família e escola podem e precisam ter atitudes preventivas no sentido de evitar ou extirpar a ocorrência de abusos.
Para muitos ainda é estranho ter que falar sobre sexualidade com as crianças, mas é importante saber que não temos que estimular a sexualidade, mas sim ensinar a criança a gostar de seu corpo e aprender a respeitá-lo, cuidando de sua saúde, higiene e evitando ‘acidentes’ de todos os tipos.
Para isso é necessário que a criança tenha um vínculo de confiança com essa pessoa que orienta e saiba que poderá procurá-la para perguntar ou contar algo sem tomar bronca ou ser criticada.
Explique desde cedo para as crianças e adolescentes que o corpo precisa ser cuidado por ela e que ela deve ser atenta, e desconfiar se alguém tentar tocar seu corpo e suas partes íntimas, ou ainda pedir para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa, que não seja brincar junto com todo mundo e que possa contar pra todo mundo.
Orientar a criança que se afaste e procure essa pessoa – pode ser mãe, irmã mais velha, uma avó ou a professora e conte o que aconteceu – não é preconceito aos homens. Existem excelentes pais, tios e avôs, mas a grande maioria dos abusos ocorre por homens. Isso talvez porque a mulher tenha um "instinto" maternal mais aguçado, uma educação para cuidar de criança e não tão voltada para cultivar o belo e o jovem como o homem.
Os adultos precisam ser respeitados, mas isso não significa que as crianças tenham que obedecer e fazer tudo que eles mandam, principalmente se isso envolver tocar, manipular, beijar ou machucar o corpo.
O velho ensinamento de não aceitar convite, dinheiro ou favor de quem não conhece, ou se conhecer, que não tenha que fazer ‘coisas com o corpo ‘ para ganhar esse dinheiro ou presente também é válido.
Orientar as crianças para não ter vergonha e buscar ajuda de outro adulto, ou até de gritar e correr em situações em que se sinta ameaçada.
Não deixe os filhos sozinhos em clubes, academias ou em casa de pessoas – principalmente pessoas desacompanhadas. Procure conhecer os amigos de seus filhos e suas famílias e também estimule que as crianças não fiquem isoladas, mas que elas procurem ficar sempre em grupo, isso também ajuda a evitar o assédio de abusadores.

Traços de comportamento do pedófilo

- Geralmente ele busca atenção e amizades infantis e prefere a companhia de crianças, pode estar no convívio com famílias mas "é o tio" que cuida da garotada;
- Costuma presentear muito, não mede gastos com crianças, tenta agradá-las e satisfazer seus desejos – tornando-se uma pessoa querida;
- Pode ter dificuldades para se relacionar com adultos ou evitá-los, mas muitas vezes é sedutor, sendo em geral gentil e amável , tornando-se uma pessoa confiável para ficar, buscar na escola, levar passear, ou estar junto das crianças;
- Procura manter em casa decoração, jogos, brinquedos e guloseimas atraentes para crianças e adolescentes;
-Procura agradar em demasia, parecendo aos olhos de amigos e familiares, ou de colegas profissionais "gostar" muito delas, tentando ficar sozinho com as crianças e fotografá-las.
Existe uma diferença muito grande entre adultos que gostam de crianças, e até dão presentes, e o pedófilo. Adultos que curtem crianças, não se tornam 'babás' ou querem estar tão próximos delas.

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