Familiares do professor de Educação Física Kássio Vinícius Castro Gomes, 39 anos, morto na terça-feira, disseram nesta quarta-feira não saber por que o crime aconteceu. "Eu não sei porque essas coisas acontecem assim comigo. O meu filho era trabalhador, pai de família, tem dois filhos pequenos. O Kássio foi uma benção que Deus me deu, um presente que Deus está agora levando," disse, aos prantos, a mãe do professor, a aposentada Maria dos Anjos Gomes, 70 anos.
O professor universitário morreu no início da noite de terça-feira após ser esfaqueado por um aluno dentro da faculdade Izabela Hendrix. A instituição funciona no bairro Funcionários, região centro-sul de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, o Kássio foi ferido no peito. Ele chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos.
A família já havia sido alvo de uma tragédia parecida no início deste ano. Maria dos Anjos disse que um assalto matou seu marido na cidade de Nova Viçosa, sul da Bahia, quando passavam as férias na cidade.
A irmã de Kássio, Sandra Gomes, disse apenas como o crime aconteceu. "O assassino invadiu a casa, esfaqueou a minha mãe e matou o meu pai", disse.
A Polícia Civil disse que já possui as imagens que mostram o crime, que teria sido cometido pelo estudante. O delegado chefe da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Belo Horizonte, Wagner Pinto, disse que "as imagens são claras. Mostram quando o estudante se aproxima do professor, retira a faca da mochila e desfere o golpe no peito dele". Ele afirmou que, por respeito à família, as imagens não serão cedidas à imprensa.
O advogado Nelson Rogerio Figueiredo Leão, que representa a família do suspeito, dise que a mãe do rapaz está em estado de choque. Ela acompanhou o depoimento do filho na DCCV durante a madrugada e manhã desta quarta-feira. "A mãe dele está morta também, sem fala, sem voz. Em estado lastimável", afirmou.
O delegado Breno Pardini Cezario, que ouviu o estudante, disse que a polícia e o Ministério Público (MP) deverão pedir à Justiça que Amilton passe por um exame de sanidade mental. O advogado da família disse que o jovem "faz tratamento psiquiátrico por ser portador de esquizofrenia e transtorno bipolar".
Caso os exames feitos pela perícia técnica constatem que ele não apresenta distúrbios mentais, o suspeito pode ser condenado a uma pena que varia entre 6 e 20 anos de prisão, se o homicídio for considerado simples. No entanto, se a Justiça considerar que o crime foi premeditado, a pena pode variar entre 12 e 30 anos.
Em nota, o Instituto Metodista Izabela Hendrix lamentou o que chamou de "episódio isolado". A instituição disse que "está colaborando com as autoridades policiais nas investigações" e que "solidariza-se com a família" do professor.
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