sábado, 30 de abril de 2011

Milhares de fiéis se reúnem para vigília na véspera da beatificação de João Paulo 2º

 
Cerca de 200 mil fiéis se reúnem neste sábado (30) em Roma para uma vigília de orações dedicada à beatificação do papa João Paulo 2º, que acontece neste domingo.
Apesar da chuva e do frio incomum para esta época do ano, a capital italiana foi invadida por peregrinos e turistas e enfeitada com imensos cartazes com fotos do novo beato acompanhadas de algumas de suas frases mais famosas.
"Não podia deixar de presenciar um momento histórico como este. Acabamos de chegar e o clima é incrível", disse à AFP a inglesa Patricia Wocial, 48, que chegou acompanhada de suas duas filhas.
Em mensagem divulgada neste sábado pelo jornal da Santa Sé, "L'Osservatore Romano", o papa Bento 16 escreveu que a beatificação do pontífice polonês é "evento sem precedentes nos últimos dez séculos da história da Igreja".
A beatificação de Karol Wojtyla, que liderou a Igreja de 1978 a 2005, é a mais rápida da era moderna, comparável apenas à da Madre Teresa de Calcutá, já que ocorre a apenas seis anos de sua morte.
A primeira vez em séculos que um pontífice proclama beato seu antecessor será festejada pela Igreja Católica com grande pompa, com três dias dedicados à cerimônia, de 30 de abril a 2 de maio, em homenagem a um papa carismático, símbolo da era global, que percorreu o planeta e utilizou diversos meios de comunicação para propagar suas mensagens.

A um passo da santidade

O milagre atribuído a João Paulo 2º para que se ele seja reconhecido como beato é a cura "imediata e inexplicável" da freira francesa Marie Simon-Pierre. Ela teria se curado do mal de Parkinson após orações e pedidos a João Paulo 2º.
A beatificação o deixa a um passo da santidade. "Existe a possibilidade de que sua canonização seja realizada em breve", reconheceu neste sábado o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, que contou que chegaram "de todas as partes do mundo" registros de novos milagres atribuídos a João Paulo 2º.
Para ser santo é preciso ter intercedido em um segundo milagre, para o qual é aberto um novo processo, que em alguns casos pode levar séculos.

Vigília

A freira francesa Marie Simon-Pierre está entre os presentes na vigília organizada em Roma, além de outras figuras próximas e importantes para o longo pontificado de João Paulo 2º: o espanhol Joaquín Navarro-Valls, primeiro chefe de imprensa laico da Santa Sé, e o cardeal polonês Stanislaw Dziwisz, que foi por mais de 40 anos o secretário particular de Karol Wojtyla, considerado seu "filho adotivo".
"Sinto sua presença aqui, sinto fortemente", disse o cardeal Dziwisz.
Animada pelo Coro da Diocese de Roma e pela Orquestra do Conservatório de Santa Cecília, além do coro da comunidade filipina de Roma e pelo coro Gaudium Poloniae, a vigília percorre a vida do novo beato na esplanada do Circo Máximo de Roma, antiga pista para corridas de bigas durante o Império Romano.
"Também reviveremos com imagens os últimos meses do pontificado de João Paulo 2º, marcados pelo sofrimento", havia contado antes da realização da vigília um dos organizadores do evento, monsenhor Marco Frisina.
Devido ao mal tempo, a maioria dos peregrinos, cerca de 100.000, se refugiou nos templos da Cidade Eterna.
Permanecerão abertas até o amanhecer oito igrejas localizadas ao longo do trajeto de cerca de 3 quilômetros que vai do Circo Máximo à Basílica de São Pedro, onde será celebrada a beatificação no domingo, e os fiéis poderão se confessar em vários idiomas.
Após a cerimônia solene de domingo presidida por Bento 16 na Praça São Pedro, acompanhada por 22 chefes de Estado e de Governo, o caixão de João Paulo 2º será exposto na Basílica para a veneração dos fiéis.
Na segunda-feira, uma missa de agradecimento encerrará as celebrações em homenagem ao chamado "Papa magno".

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