segunda-feira, 6 de junho de 2011

Professor se passava por mulher e intimidava vítimas na web


Começou nesta semana em Portugal, o julgamento de um professor universitário que, segundo acusações, fingia ser uma mulher loira na internet, para manter relacionamentos virtuais com homens.
Aparentemente, ele não admitia o término de uma relação e passava a importunar e intimidar os "namorados", que continuavam sem saber que a loira era na verdade um homem.
Mário Miguel Mendes, 40 anos, que dava aulas na cidade portuguesa de Évora e é doutorando em paleontologia, supostamente usava na rede o nome de Sofia Sá Guimarães, atraindo durante oito anos - entre 2001 e 2008 - homens interessados em relacionamentos.
Nas fotos que enviava aos que entravam em contato com ele, Mendes, de acordo com as acusações, aparecia como uma loira alta, de olhos azuis, com aparência escandinava. As vítimas eram normalmente homens solteiros ou que estavam tendo problemas nos seus relacionamentos.
Da internet, o passo seguinte era trocar números de telefone. Quando falavam ao telefone, o acusado imitava o sotaque da região de Cascais, a mais rica do país. Acredita-se que várias vezes ele chegou a marcar encontros com suas vítimas, mas nunca aparecia.
Segundo apurado nas investigações, as conversas tinham intenso teor sexual, muitas vezes levando os envolvidos ao orgasmo.

Ameaças

No momento em que as vítimas desistiam da relação, começava o assédio, de acordo com as investigações. Mendes teria dado dinheiro a detetives e agentes policiais - que também estão sendo julgados - em troca de informações pessoais de suas vítimas.
Com os dados em mãos, passava a telefonar, perseguir, ameaçar, enviar presentes embaraçosos para o local de trabalho, entre outras formas de intimidação.
Nem a mudança de número de celular fazia com que as vítimas se livrassem dele. Com a ajuda dos agentes de segurança, descobria os novos contatos e continuava telefonando.
A acusação relata que ele enviava cartas anônimas aos chefes das vítimas com afirmações falsas. Inventava que tinham cometido crimes, eram portadores de doenças graves, estavam infectados pelo vírus HIV ou eram homossexuais.
Também telefonava para o corpo de bombeiros, ambulâncias e a empresa de eletricidade, para resolver falsas emergências nas casas das vítimas - o acusado supostamente chegou a contratar por telefone funerárias para irem à casa de vítimas para retirar cadáveres inexistentes.
Um dos homens assediados no local de trabalho foi o oficial graduado da polícia Alexandre Coimbra. Certo dia, ele recebeu a cada meia hora, no local de trabalho, coroas de flores com os dizeres "Descanse em paz", sugerindo que gostaria que Coimbra estivesse morto.
Outra vítima, Vasco Pereira, funcionário de uma editora, não imaginava que o fim de dois anos de relacionamento virtual com Sofia seria o começo de seus problemas. Ele acusa Mário Mendes de ter jogado tinta nas paredes do prédio onde mora e de ter causado depressão à mãe da vítima com seus constantes telefonemas ameaçadores.
Segundo a acusação, ao ser preso, Mário tinha em seu quarto a placa do carro de Vasco Pereira.
A polícia não sabe o total de supostas vítimas de Mário, mas há informações sobre outros homens ameaçados que não apresentaram queixa.

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