A mulher que teria simulado um câncer na filha de 4 anos para arrecadar dinheiro confessou à polícia de Sorocaba (90 km se São Paulo) que cometeu mesmo o crime. Segundo a polícia, entretanto, ela não explicou o motivo da ação. Ela será indiciada por tortura e por expor um menor a situação de constrangimento.
Edilaine Vieira, 20, prestou depoimento nesta terça-feira (5) na Delegacia de Defesa da mulher. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Jacqueline Barcelos Coutinho, a mulher revelou que não tem interesse em continuar com a guarda da menina de 4 anos e nem de seu outro filho. "Ela diz que não tem condições psicológicas de cuidar das crianças. Ela disse também que está grávida de um terceiro filho.”
Além de simular a doença, a mãe teria usado uma faca de cozinha para machucar a filha, segundo depoimento da criança. "A própria menina nos disse que a mãe usava faca de cozinha para cortar a sua barriga", afirmou a delegada. Edilaine disse apenas que fazia curativos na filha para tratar algumas feridas, que seriam causadas por micoses.
Enquanto estava na delegacia, a mulher teve uma crise nervosa e chegou a ser socorrida por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência). Depois de dar todos os esclarecimentos, ela foi levada ao Hospital Regional.
O pai da menina, Jeremias Drides, também prestou depoimento e disse que não sabia que a mulher simulava um câncer na filha. "Gastei dinheiro comprando os curativos", diz. De acordo com seu depoimento, ele sabia apenas que a criança tinha alguns ferimentos no abdômen.
Edilaine conseguiu dinheiro com igrejas evangélicas da cidade e doações como geladeira, bicicleta, roupas e mantimentos. Ela falava que a menina tinha sido desenganada pelos médicos por estar com câncer em vários órgãos, inclusive na cabeça. "Ela chegou a raspar uma parte do cabelo da filha para simular uma cirurgia", alega a delegada.
A farsa foi descoberta na semana passada, quando integrantes de uma igreja levaram a criança para uma consulta e constataram que ela não tinha nenhuma doença.
A mãe aguarda pelo fim das investigações em liberdade. A menina de 4 anos e o outro filho estão em um abrigo e podem ser encaminhados para a adoção.
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