sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Professora diz não acreditar que 'menino exemplar' atirou nela

 
Regiane de Oliveira Millan, irmã da professora baleada em uma escola de São Caetano do Sul, disse que ela não acredita que o aluno de 10 anos tenha atirado contra ela porque tinha um "comportamento exemplar dentro da sala de aula e nunca demonstrou agressividade". A família ainda não contou para Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, quem atirou contra ela. Mas a irmã disse que alguns nomes de alunos foram citados para que ela tentasse se lembrar de quem efetuou os disparos e que, quando chegou no nome do estudante de 10 anos, ela disse não acreditar que tenha sido ele.
A declaração foi dada em uma coletiva realizada nesta sexta-feira no instituto central do Hospital das Clinicas, em São Paulo. A professora foi transferida para um quarto no fim da manhã de hoje, após passar por uma cirurgia para a retirada da bala. Ela está consciente, começou a se alimentar e tem quadro estável. A docente também não sabe que o menino morreu após atingi-la.
A família tentou questionar Rosileide sobre o que aconteceu minutos antes dos disparos. No entanto, ela estaria com dificuldades de lembrar. Segundo a irmã, ela disse que o fato ocorreu momentos depois da troca de professores. Quando foi baleada, ela estava de costas para os alunos e de frente para o quadro negro, e o estudante de 10 anos estaria fora da sala de aula.
Regiane disse que a professora ainda não assimilou o que aconteceu e que ela recorda de ouviu um forte estrondo seguido pelos gritos das crianças. A professora disse que pensou se tratar de uma bomba e que estava preocupada com a saúde dos alunos
O crime aconteceu na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá, por volta das 15h50. O aluno, do 4º ano, disparou contra a professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, dentro da sala de aula, que era ocupada por 25 alunos. Em seguida, segundo testemunhas, o aluno se retirou da sala de aula e disparou contra a própria cabeça. O garoto chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A família soube do ocorrido pela mídia por volta das 17h. A irmã diz que nem a escola, a Secretaria de Educação ou de Segurança entraram em contato com os familiares para falar sobre o atentado. Ela disse, no entanto, que entende que a primeira preocupação dos órgãos era com as vítimas.
Rosileide é professora há dez anos e lecionava português há seis na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão. A irmã disse que ela teve uma fratura no joelho devido a queda sofrida após os tiros. "Ela está muito assustada, tem alguns momentos que ela chora muito", afirmou a irmã.

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