Nas últimas semanas de sua vida Michael Jackson dormia com uma boneca de brinquedo em sua cama, estava tão fortemente drogado que algumas vezes engolia palavras ao falar e sua turnê de retorno estava infestada de problemas.
Esse foi o cenário pintado sobre a vida privada do Rei do Pop nas primeiras duas semanas de julgamento do médico particular dele, o Dr. Conrad Murray.
Por mais bizarras que algumas revelações possam ser, elas podem aumentar o legado de Jackson como o gênio cuja estatura cresceu desde sua morte em junho de 2009 aos 50 anos, afirmaram especialistas em cultura pop.
O comportamento estranho, algumas vezes patético, de Jackson - amplamente esquecido no luto mundial sobre sua morte mas à mostra durante o julgamento televisionado de Murray - pode fazê-lo ser ainda mais amado por seus fãs.
"Vamos assumir, estamos interessados neste caso porque é sobre Michael Jackson", disse Bob Thompson, professor de cultura pop da Universidade Syracuse.
"Mas o fato de que ele se foi também muda consideravelmente a maneira como as pessoas percebem e embarcam emocionalmente nesse tipo de coisa. Os mortos são os pobres coitados máximos", acrescentou.
O desdobramento mais dramático no julgamento até o momento foi a gravação exibida para os jurados na qual Jackson fala quase que incoerentemente e engole suas palavras.
Promotores disseram que Murray fez a gravação após dar a Jackson um tratamento de drogas como uma ajuda para ele dormir. Examinadores médicos descobriram que a morte do cantor resultou de uma overdose do anestésico propofol combinado com sedativos.
"Naquele discurso engolido, ele estava dizendo 'fui privado de minha infância. Quero que meu dinheiro vá para um hospital infantil'. Como você argumenta com algo assim?," questionou Thompson.
BONECAS E BEBÊS
Quando os promotores mostraram ao júri uma foto de uma boneca na cama onde o corpo sem vida de Jackson foi encontrado ligado a um soro, isso logo virou manchete.
Fotos do quarto de Jackson mostram que ele tinha diversas fotos e cartazes de bebês. O cantor, que costumava dizer que era atraído por crianças por nunca ter tido infância, foi julgado e inocentando em 2005 da acusação de ter molestado um garoto.
Stacy Brown, co-autora do livro "Michael Jackson: O Homem Por Trás da Máscara", disse que o cantor colecionou bonecas durante anos e tinha muitas delas em seu rancho Neverland, na Califórnia, onde também construiu um parque de diversões e um zoológico.
"No contexto geral das coisas, especialmente por se relacionar a ele, eu não acho estranho ter aquela boneca lá", disse Brown. "Aliás, eu esperaria até ter mais."
Mas para os fãs de Jackson, uma revelação mais perturbadora pode ser a de que o cantor perfeccionista de "Thriller" parecia estar com dificuldades durante as preparações para sua turnê de retorno em Londres, que teria 50 shows e seria a primeira em 12 anos.
Jackson perdeu ensaios em Los Angeles e as pessoas próximas a ele se preocupavam com a sua saúde uma semana antes da morte. O diretor da turnê, Kenny Ortega, declarou em depoimento que no dia 19 de junho Jackson estava fraco demais para ensaiar e precisava de ajuda psicológica.
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