O britânico Mark Langridge nunca desejou ter filhos, mas um casal de
amigas lésbicas sim. Para ajudá-las, ele resolveu doar seu esperma, há
treze anos, e realizar o sonho das amigas. Ele não sabia o problemão que
isso iria lhe causar.
Passados treze anos após sua “gentileza”, Langridge viu sua vida virar
de pernas para o ar: ele recebeu uma carta do governo inglês que o
obrigava a ajudar financeiramente as duas crianças que ele ajudou a
colocar no mundo — mas que ele mal conhecia. As informações são do
tabloide britânico Daily Mail.
O homem de 47 anos, que desde 2004 não tem mais contato com as amigas,
não é mencionado na certidão de nascimento nem teve responsabilidade na
educação das duas meninas, mas está sendo obrigado pela Agência de Apoio
à Criança a pagar 26 libras por semana (cerca de R$ 85), para ajudar
nas despesas.
Langridge diz que não tem condições financeiras de ajudar as pequenas.
Até elas se tornarem adultas, diz ele, o montante vai chegar a R$ 26
mil.
O britânico, natural de Essex, é casado há 17 anos com Shaun Keeble e disse que nunca pensou em ter filhos.
— Eu e Shaun nunca tivemos vontade de ter filhos. Quando a ideia [de
doar o esperma] surgiu, nós pensamos que isso seria uma coisa adorável
de se fazer. Os últimos meses, no entanto, têm sido um pesadelo.
Langridge diz se sentir em meio a uma chantagem patrocinada pelo Estado.
— Eu não pedi que nada fosse documentado legalmente. Talvez devesse ter feito isso.
Meninas nasceram em 1998 e 2000
Langridge conheceu o casal de amigas lésbicas em 1997, e logo se
tornaram bons amigos. Quando uma delas disse que estava desesperada para
ter filhos, ele resolveu ajudar.
Após o nascimento da primeira criança, logo no ano seguinte, em 1998, o
casal resolveu pedir ajuda novamente. A segunda menina nasceu, então,
no ano 2000.
Quando as crianças eram pequenas, o britânico manteve contato com as amigas, encontrando as pequenas em eventos sociais.
Um dia, segundo diz, ele foi apresentado às pequenas como sendo o pai
delas. Surpreso, ele sugeriu que as meninas perguntassem a suas mães
como tinha ocorrido o nascimento delas.
Desde 2004, no entanto, as duas famílias perderam contato, salvo algumas cartas trocadas.
Nesse meio tempo, o casal de lésbicas se separou, e as crianças acabaram ficando com a mãe biológica.
Sem condições financeiras, ela começou a pedir ajuda ao governo.
Foi assim que, em junho, Langridge recebeu uma carta da Agência de Apoio às Crianças (CSA, na sigla em inglês).
Langrige protestou a ação e disse que, antes de doar o esperma, se
certificou que o casal de lésbicas teria condições de criar as crianças.
Segundo a CSA, se o britânico tivesse usado um centro oficial de doação
de esperma, ele não estaria no meio de imbróglio. Mas como o
procedimento foi feito de maneira privada, ele não está protegido por
garantias legais.
A única maneira de Langridge sair da questão seria exigir uma revisão
judicial. A medida, no entanto, custaria ao menos R$ 195 mil na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário