Você entra no quarto e pega sua filha no flagra. Meio sem jeito, ela tenta se equilibrar num dos seus pares de salto e caminhar pela casa. A surpresa dá lugar à dúvida e fica difícil saber se o melhor é dar risada e entrar na brincadeira ou soltar uma bronca, com medo de que a vaidade saia dos trilhos.
Muito comuns, crianças passeando por aí de maquiagem e com calçados que imitam modelos adultos preocupam os pais que não concordam com esse tipo de comportamento. "Mas não acho que seja o caso de reprimir, e sim adequar esses detalhes à rotina da criança", afirma a psicóloga Luciana Lumenthal, da Elipse Clínica Multidisciplinar. No exemplo do começo do texto, uma boa gargalhada, na opinião da especialista, não teria problema nenhum. O salto ali tem um tom lúdico, da mesma forma que pintar as unhas numa brincadeira de salão de beleza não é motivo de preocupação.
"Os pais precisam diferenciar as situações em que a criança está sendo sexualizada daquelas em que está ocorrendo apenas um exercício, útil ao desenvolvimento", afirma Luciana. Usar salto, minissaia e maquiagem, só para citar alguns itens que fazem sucesso cada vez mais cedo entre as meninas, não deve ser motivo para que elas chamem atenção. Esse tipo de atitude não pode ser valorizado pelos pais, seja em forma de elogios, seja comprando esses produtos.
O problema, no entanto, é que muitas mães sentem-se vaidosas quando observam a filha ainda pequena assumindo um comportamento de mocinha. Isso expõe a criança a uma situação de fragilidade e a olhares maliciosos com os quais ela não tem condições de lidar, gerando desconforto e até dificuldades emocionais.
Uma criança que cresce agindo e pensando como adulto sofre para se enturmar e não aproveita a infância para descobrir o mundo, ela não se sente à vontade com a própria idade. "Ser adulto deve ser apenas mais uma brincadeira, não uma realidade. Usar o salto da mãe para fingir um personagem é uma coisa bem diferente de sair para passear com um salto", diz Luciana.
Em vez de proibir, no entanto, a psicóloga indica outra saída: oferecer opções adequadas para a criança. "Não basta apenas dizer não para a minissaia. Escolha um vestido lindo para a sua filha, mas num modelo próprio para criança. E elogie muito, fazendo com que ela se sinta valorizada". E também tome cuidado com o exagero ao contrário, ou seja, reprimir ao máximo toda manifestação de feminilidade, fazendo com que a menina sinta culpa ao se arrumar ou ao cultivar qualquer hábito ligado à vaidade. "A infantilização exagerada também é prejudicial e pode atrasar o desenvolvimento da criança"
Pele lisinha
Muito comuns, crianças passeando por aí de maquiagem e com calçados que imitam modelos adultos preocupam os pais que não concordam com esse tipo de comportamento. "Mas não acho que seja o caso de reprimir, e sim adequar esses detalhes à rotina da criança", afirma a psicóloga Luciana Lumenthal, da Elipse Clínica Multidisciplinar. No exemplo do começo do texto, uma boa gargalhada, na opinião da especialista, não teria problema nenhum. O salto ali tem um tom lúdico, da mesma forma que pintar as unhas numa brincadeira de salão de beleza não é motivo de preocupação.
"Os pais precisam diferenciar as situações em que a criança está sendo sexualizada daquelas em que está ocorrendo apenas um exercício, útil ao desenvolvimento", afirma Luciana. Usar salto, minissaia e maquiagem, só para citar alguns itens que fazem sucesso cada vez mais cedo entre as meninas, não deve ser motivo para que elas chamem atenção. Esse tipo de atitude não pode ser valorizado pelos pais, seja em forma de elogios, seja comprando esses produtos.
O problema, no entanto, é que muitas mães sentem-se vaidosas quando observam a filha ainda pequena assumindo um comportamento de mocinha. Isso expõe a criança a uma situação de fragilidade e a olhares maliciosos com os quais ela não tem condições de lidar, gerando desconforto e até dificuldades emocionais.
Uma criança que cresce agindo e pensando como adulto sofre para se enturmar e não aproveita a infância para descobrir o mundo, ela não se sente à vontade com a própria idade. "Ser adulto deve ser apenas mais uma brincadeira, não uma realidade. Usar o salto da mãe para fingir um personagem é uma coisa bem diferente de sair para passear com um salto", diz Luciana.
Em vez de proibir, no entanto, a psicóloga indica outra saída: oferecer opções adequadas para a criança. "Não basta apenas dizer não para a minissaia. Escolha um vestido lindo para a sua filha, mas num modelo próprio para criança. E elogie muito, fazendo com que ela se sinta valorizada". E também tome cuidado com o exagero ao contrário, ou seja, reprimir ao máximo toda manifestação de feminilidade, fazendo com que a menina sinta culpa ao se arrumar ou ao cultivar qualquer hábito ligado à vaidade. "A infantilização exagerada também é prejudicial e pode atrasar o desenvolvimento da criança"
Pele lisinha
A dermatologista Carla de Albuquerque, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, lembra que os efeitos dos exageros com a beleza podem aparecer na pele das crianças. "Nem mesmo as versões infantis dos cosméticos são 100% seguras", afirma a médica. "A pele das crianças é mais sensível e fina e, por este motivo, as substâncias químicas presentes nos cosméticos são absorvidas com maior intensidade".
Usar produtos adultos, então, é uma medida de alto risco: primeiro, porque eles são mais fortes e, segundo, porque eles não são testados em crianças quanto à segurança e eficácia, aumentando bastante o risco de alergias. "As fórmulas infantis, geralmente, têm pouco ou nenhum perfume e usam conservantes mais suaves. Mesmo assim, ainda podem causar irritações e alergias na pele", diz a dermatologista. Segundo ela, as crianças com rinite alérgica, bronquite e dermatite atópica são mais propensas a desenvolver irritações na pele. E, quando houver machucados na pele, o uso de cosméticos no local também deve ser evitado.
"Somente a partir dos 13 anos a criança pode usar as versões adultas sem temer tanto as alergias", afirma a dermatologista. A seguir, ela apresenta os principais riscos de usar produtos adultos nas crianças.
Xampu e condicionador: irritações e alergias na pele; irritações oculares (conjuntivite alérgica), ressecamento dos fios, caspa (dermatite seborreica), irritações e alergias no couro cabeludo.
Esmalte: irritações e alergias, que pode se manifestar como coceira, vermelhidão e inchaço tanto em volta das unhas como em locais à distância, como pálpebras.
Maquiagem: irritações, alergias, acne cosmética; ressecamento labial. Cremes hidratantes: irritações, alergias e acne cosmética.
Usar produtos adultos, então, é uma medida de alto risco: primeiro, porque eles são mais fortes e, segundo, porque eles não são testados em crianças quanto à segurança e eficácia, aumentando bastante o risco de alergias. "As fórmulas infantis, geralmente, têm pouco ou nenhum perfume e usam conservantes mais suaves. Mesmo assim, ainda podem causar irritações e alergias na pele", diz a dermatologista. Segundo ela, as crianças com rinite alérgica, bronquite e dermatite atópica são mais propensas a desenvolver irritações na pele. E, quando houver machucados na pele, o uso de cosméticos no local também deve ser evitado.
"Somente a partir dos 13 anos a criança pode usar as versões adultas sem temer tanto as alergias", afirma a dermatologista. A seguir, ela apresenta os principais riscos de usar produtos adultos nas crianças.
Xampu e condicionador: irritações e alergias na pele; irritações oculares (conjuntivite alérgica), ressecamento dos fios, caspa (dermatite seborreica), irritações e alergias no couro cabeludo.
Esmalte: irritações e alergias, que pode se manifestar como coceira, vermelhidão e inchaço tanto em volta das unhas como em locais à distância, como pálpebras.
Maquiagem: irritações, alergias, acne cosmética; ressecamento labial. Cremes hidratantes: irritações, alergias e acne cosmética.
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